Naquela noite, Evelyn demorou para adormecer. Mesmo deitada ao lado de Lucas, sentia os pensamentos agitados, como se cada lembrança, cada sensação vivida nos últimos dias, insistisse em se reorganizar dentro dela. Mas não era angústia. Era outra coisa. Uma espécie de inquietação boa. Um corpo que, depois de muito tempo paralisado, voltava a se mover.
O silêncio do quarto não era desconfortável. O som do ventilador girando preguiçosamente, a respiração ritmada de Lucas ao seu lado, o lençol amassado entre os dois... tudo isso compunha uma espécie de harmonia imperfeita que Evelyn, antes, jamais teria imaginado desejar.
Acordaram juntos na manhã seguinte. Lucas abriu os olhos devagar, ainda sonolento, e sorriu ao vê-la já desperta, os cabelos bagunçados e o olhar perdido no teto.
— Em que você está pensando? — perguntou com a voz rouca de sono.
Ela virou o rosto para ele e respondeu com um sorriso contido:
— Em como as coisas mudam quando a gente para de correr.
Ele ergueu uma sobrance