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A Última Era dos Reinos
A Última Era dos Reinos
Por: Bárbara G. Olavé d’Amaral
Sinopse: Quando a Deusa Chora

"No princípio, havia o silêncio.

E no silêncio, havia ela."

Muito antes que os homens contassem os dias, antes que as estações moldassem os vales e os ventos soprassem nomes sobre as montanhas, havia apenas o vazio — e nele, a essência primeira: Artemins, a deusa da noite, da criação e dos ciclos eternos.

Do seu coração solitário, nascido da escuridão e da luz fundidas, ela moldou as primeiras criaturas: os lobos, guardiões da terra e da lua, e os vampiros, filhos da névoa e do sangue. Por eras, ambos caminharam juntos sob sua bênção, até que a ambição e o orgulho envenenaram suas linhagens.

As guerras vieram como fogo em floresta seca. Sangue sagrado tingiu os campos. A deusa assistiu, impotente, ao que deveria ser harmonia tornar-se ruína.

Ela chorou.

E de sua lágrima mais pura, caída sobre a montanha mais alta, nasceu uma nova raça: os Lycans.

Mais fortes que lobos, mais sensíveis que vampiros, dotados da alma viva da deusa. Seres com sentidos sobre-humanos, capazes de assumir sua forma animal, e marcados por uma aura celestial. Em cada um pulsava uma centelha da deusa — e por isso, nasciam destinados a liderar.

Mas mesmo entre eles havia inquietação. Sem uma liderança verdadeira, sem uma voz única, as disputas voltaram. A paz era frágil. Então, a deusa escolheu. Entre as linhagens mais nobres, ela abençoou duas casas:

A Família Lunar Romanov, guardiã da noite, com o símbolo da lua marcada em suas testas e pelagem negra como o céu profundo;

E a Família Solar Habsburg, guardiã da luz, com o sol em suas testas e pelagem branca como o amanhecer.

Por gerações, cada reino prosperou em seu domínio. Até que o tempo da profecia se aproximou.

Os renegados, filhos da dor e da exclusão, se levantaram.

Os vampiros, organizados e sedentos, desafiaram os pactos.

E os sonhos começaram.

O céu estava sem estrelas.

Um vento morno, carregado de poeira ancestral, sussurrava nomes que ele não conhecia.

Na escuridão, uma figura surgiu.

Alto. Silencioso.

Na testa, uma lua incandescente.

Nos olhos, o peso de todos os reinos.

O chão rachou sob seus pés. O mundo tremeu.

Então, um clarão — um sol que rasgou as sombras com violência.

A luz era tão intensa que o próprio ar pareceu se incendiar.

E, por um instante, entre a lua e o sol fundidos, ele viu.

Torres de cristal e pedra. Bandeiras que misturavam as cores de dois mundos.
Um reino unificado.

Depois… o silêncio.

A brisa.

O vazio.

Eles acordaram em silêncio, reis e rainhas distantes entre si, mas unidos por um mesmo espasmo no peito.

Um mesmo suor na fronte. Um mesmo nome não pronunciado.

Mas a imagem não se apagou.

Não fora apenas um sonho.

Era o presságio silencioso de um tempo que se aproximava — o fim do que era conhecido, o início de algo maior.

O nascimento inevitável daquilo que os antigos temiam e os oráculos sussurravam: a última era dos reinos.

Na penumbra do quarto real, onde o silêncio ainda ecoava como uma sombra do sonho, o som inesperado rompeu o ar — o toque insistente de um celular.

O visor brilhava com um nome: Leopold M. Von Habsburg.

O rei da luz estava chamando o rei da lua.

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