Narrado por Aurora:
Acordei envolta pelo cheiro dele.
Era como madeira aquecida, pinho fresco e um traço salgado, como se o mar tivesse deixado marcas em sua pele. Abri os olhos devagar, sentindo o corpo relaxado, como se tivesse dormido por dias — e talvez tivesse mesmo, se contássemos tudo o que nossas almas viveram naquela noite.
Vlad estava deitado ao meu lado, nu da cintura para cima, com o rosto voltado em minha direção. Respirava em paz, os cílios longos lançando sombras suaves sob os olhos fechados. Seus cabelos estavam bagunçados, e o contorno dos músculos parecia ainda mais evidente à luz tênue que invadia pelas janelas altas do quarto.
A marca prateada em seu pescoço brilhava discretamente. Meu peito se aqueceu ao vê-la ali, tão viva, tão nossa.
Me aproximei com cuidado, deslizando os dedos por aquela pele quente. Tracei devagar o desenho da tatuagem que agora unia nossas costas: a fusão perfeita entre sol e lua, símbolos de nossas linhagens, selados pelo toque divino da De