Miguel disse algo que Omar simplesmente não estava preparado para ouvir. Por um momento, ele ficou imóvel, sem compreender direito o que acabara de ser dito. Seus olhos buscaram os de Miguel, seu melhor amigo e sócio, depois se voltaram para Daphne — a ruiva — que agora parecia menor, com o rosto corado, assustada com o anúncio inesperado.
Ela também não sabia que as coisas seriam ditas daquela forma. Na verdade, quando subiu naquele andar, não fazia ideia de que Miguel ousaria lhe propor algo tão... definitivo. Mas, no fundo, Daphne sabia a origem de tudo. Glória. Aquela mulher sempre tinha um plano escondido na manga, e isso a corroía por dentro. Sentia-se suja. Usada. Como se sua única forma de sobrevivência fosse depender de estratégias baratas para seduzir um homem. Um homem que, apesar de sua arrogância, tinha um coração — e um bom coração.
E ela não queria feri-lo.
O pior de tudo? Daphne acabara de perceber que sentia algo por ele. Um sentimento que não fazia o menor sentido, m