Omar estava sentado à sua mesa, estático, com os olhos fixos no nada. Lá fora, a movimentação da equipe era intensa, todos revirando a empresa em busca de alguma pista. Mas ele já sabia. Aquela busca era inútil.
Não queria acreditar que Daphne fosse culpada. No fundo, ele sabia que ela não era. Mas também não podia negar o fato de que foi ela quem trouxe a caixa, quem a deixou ali sem supervisão, e que, agora, ela não estava mais ali.
Daphne havia sido demitida, e ele mesmo havia tomado essa decisão. Uma atitude dura, impensada — movida mais pela mágoa do que pela razão. Porque, acima de tudo, Omar estava ferido.
Confiara nela. Mais do que em qualquer outro funcionário. Dera espaço, voz, respeito. E, agora, perdera um dos bens mais valiosos que já criou: a coleção inspirada em sua mãe.
Aquela coleção não era apenas uma linha de joias. Era memória. Era amor. Era a lembrança da mulher simples e elegante que o ensinou o valor da beleza silenciosa. Cada peça carregava um pedaço de sua his