Eu não estava apenas arrasada pela demissão. O que doía mesmo era o baú — ou melhor, o que estava dentro dele. Milhões de dólares, joias raras, peças únicas. Tudo levado. Levaram tudo, menos o baú. Deixaram a carcaça vazia, como um lembrete cruel do meu erro. E o pior: a culpa era toda minha.
Eu deveria ter sido mais cuidadosa. Nunca deveria tê-lo deixado sozinho, nem por alguns minutos. Alguém de lá — tenho quase certeza — aproveitou a brecha. Mas o que adianta ter suspeitas se não posso acusar ninguém? No fim das contas, estavam todos me culpando. Com ou sem provas. E, honestamente, eles estavam certos.
O Omar também estava certo. Ele tinha todos os motivos do mundo para me demitir. Eu falhei.
Mas, mesmo aceitando isso, minhas lágrimas teimavam em cair. O que vai acontecer agora? Por causa de um descuido, eu... eu posso ir presa?
Levei as mãos ao rosto, desesperada, tentando conter o pânico. No sofá, minha avó disparava ofensas contra o meu ex-chefe — o homem que, ironicamente, eu d