Quando cheguei, lá estava ele de novo. Dormindo no sofá. Igualzinho à primeira vez que entrei por aquela porta, só que agora... talvez eu estivesse mais boba. Ou mais envolvida. Ou simplesmente mais perdida nesse caos que é gostar de um homem que nem sabe que você existe como mulher.
Omar dormia de lado, uma perna dobrada, a outra esticada no chão, como se tivesse caído ali por acidente e decidido ficar. E estava lindo. Céus, como podia ser bonito até dormindo torto? A cabeça pendia de um jeito que até meu pescoço doeu em solidariedade. Eu me preocupei. De verdade. Quis ter a força para carregá-lo para a cama, como ele fez comigo naquele dia, quando adormeci aqui depois de um plantão longo e um brigadeiro mal digerido. Mas eu era só uma mortal com braços finos e ele... bem, ele era Omar. Grande, denso, e dormindo como se o mundo lá fora não existisse.
Ninguém entendia aquele homem. Ninguém mesmo. Achavam ele grosso, estressado, insuportável. Talvez ele fosse mesmo, mas também era outr