— Tem alguma coisa errada, não é? — Omar perguntou assim que chegamos ao quarto.
Sim, eu estava emburrada. Joguei a bolsa em cima da cama onde eu tinha dormido antes e cruzei os braços, ainda de cara fechada.
— Aquelas coisas que ele me falou… é o que todo mundo vai pensar de mim — murmurei, sem encará-lo. — Eu não sou assim. Eu não vim pra cá, nem aceitei este noivado pensando no seu dinheiro.
Fiquei em silêncio por um instante, lutando com o nó na garganta. — É claro que, quando tudo começou, eu estava errada. Eu estou errada. Só que agora não posso mais voltar atrás… — respirei fundo. — Eu me apaixonei por você, Omar.
A verdade é que eu peguei aquele dinheiro e não tenho como pagar. Mesmo que eu trabalhasse mil vezes mais, meu salário nunca cobriria a dívida. Não que eu quisesse ir embora — jamais. Mas essa culpa… ela me persegue o tempo todo. Eu não sei o que fazer, e muito menos posso dizer a verdade.
— Omar — chamei, me aproximando com cuidado. — Você, de alguma forma, pensa que