Omar ainda estava parado na porta quando Daphne passou por ele, os olhos marejados, o corpo pequeno tentando se manter firme enquanto atravessava o corredor. Ele não disse nada. Não chamou por ela. Apenas sentiu o mundo inteiro encolher dentro do próprio peito.
Miguel.
Seu melhor amigo.
Seu irmão.
Aquele que ele deixou entrar na casa, na vida… no coração.
A mente de Omar ficou branca. O sangue queimava como ferro derretido nas veias. Em dois passos largos, ele estava diante de Miguel. O barulho seco do corpo dele contra a parede ecoou pelo ambiente silencioso. Foi tão rápido que nem houve tempo para surpresa.
Miguel não reagiu. Apenas o encarou. Como se já esperasse por aquilo.
— O que pensa que está fazendo? — A voz de Omar não era apenas grave; era um rugido contido, prestes a romper.
Miguel engoliu seco. O medo veio, sim — mas por baixo dele, havia algo mais amargo. Culpa.
— Ela é… uma mulher sedutora — arriscou, sabendo que cada palavra era uma navalha à própria garganta. — Você s