William
Sinto a raiva me consumir aos poucos, como uma erva daninha que se espalha lentamente, deixando meu corpo dormente. Arranco a gravata com um gesto brusco, numa tentativa inútil de aliviar a pressão e a falta de ar que ela provoca.
O primeiro passo já foi dado, e o que sinto agora é repulsa. Casei-me com a noiva do meu irmão. Com a mulher que ele amava. Por mais que esse fosse o plano, não consigo fingir que isso não me atinge.
Lanço um olhar para o corredor por onde a farsante desapareceu minutos atrás. Neste momento, não há nada que me faça querer ficar ao seu lado; ela me causa repulsa em todos os sentidos. Essa sensação é o que me leva a pegar as chaves do carro e sair, deixando-a sozinha no apartamento.
Dirijo sem rumo por alguns minutos até o celular começar a tocar. Imagino quem pode ser, mas não atendo, e também não me dou ao trabalho de desligá-lo. Quase meia hora depois, estaciono em frente a um bar que passei a frequentar há cerca de um ano.
Ao entrar, percebo os