Maria Júlia
Eu estava deitada na cama, o telefone nas mãos, hesitando. Mariana havia me dito para não pensar demais, para aproveitar a chance que a vida estava me dando. Mas meu coração ainda carregava cicatrizes, e cada decisão parecia envolver muito mais do que coragem — envolvia risco. Risco de me ferir de novo.
Mas eu não conseguia parar de pensar nas palavras de Alec mais cedo. Ele era diferente. Gentil sem ser forçado. Interessado sem ser invasivo. E havia uma sinceridade nos olhos dele que me deixava desconcertada... e curiosa.
Puxei o ar com força, tentando reunir coragem. Eu não queria parecer insegura, mas a verdade é que eu estava. Queria saber se ele era real. Se aquele jeito dele era só educação suíça... ou se havia algo mais ali.
Com um movimento rápido, peguei o cartão que ele havia me dado. Disquei o número antes que o medo me fizesse desistir.
O telefone chamou uma, duas, três vezes... e então a voz dele preencheu o