Enquanto tomava um gole de vinho, o calor do álcool suavizando as bordas de sua ansiedade, Elana tentou se concentrar no presente; no aroma que voltava a ser reconfortante, na ideia de uma refeição quente. Mas a presença de Gabriel, mesmo a poucos metros, era impossível de ignorar. Cada movimento dele, a forma como ele mexia o molho, o jeito que olhava para ela de vez em quando, como se quisesse dizer mais, trazia tudo de volta.
— Como está indo aí, chef? — perguntou, forçando um tom brincalhão, tentando manter a conversa longe do abismo emocional que os rondava. O vinho ajudava, mas não apagava a tensão que pulsava sob a superfície.
Gabriel olhou por cima do ombro, um sorriso travesso surgindo.
— Melhor que a sua primeira tentativa, isso eu garanto. — respondeu, apontando para a panela queimada com a colher de madeira. — Daqui a pouco você vai ver que eu sou mais do que um cara que aparece na sua cabana no meio de uma nevasca.
Elana riu, o som surpreendendo-a pela leveza, e por