— Talvez... talvez eu tenha exagerado um pouco. — admitiu, esfregando os olhos, a manta escorregando de seus ombros. A cabana, com seu calor e isolamento, parecia conspirar para puxá-la para o sono, mas a presença de Gabriel mantinha uma parte dela alerta, mesmo contra sua vontade.

— Vem, vou te ajudar a deitar. — disse ele, levantando-se e estendendo a mão. — Não quero que você tropece nesse pé machucado e cause mais um desastre. — O tom era leve, mas os olhos dele eram sérios, cheios de cuidado.

Elana hesitou, a ideia de aceitar a ajuda dele — de deixar que ele a tocasse, mesmo que apenas para guiá-la — carregada de uma intimidade que a assustava. Mas o cansaço venceu, e ela segurou a mão dele, o calor do toque enviando um arrepio que não era apenas do frio. Ele a apoiou enquanto ela mancava até a escada que levava ao mezanino, onde a cama estava arrumada com cobertores grossos. Cada degrau era um esforço, o vinho e a dor no pé tornando o caminho mais lento, mas Gabriel a segurava