Capítulo Vinte e Seis

Bati na porta duas vezes antes de perceber que já estava aberta.

Matheus estava encostado no batente, como se já estivesse esperando. Usava uma camiseta cinza simples e uma calça de moletom escura, os pés descalços no carpete. O cabelo ainda um pouco bagunçado do voo, e os olhos… os olhos diziam muito mais do que qualquer palavra que ele pudesse escolher.

— Oi — murmurei, sentindo meu coração dar aquele salto idiota no peito.

Ele sorriu, meio torto, meio cansado.

— Você demorou.

— Tava tentando decidir se era uma boa ideia.

— E concluiu que é?

— Ainda não sei.

Ele riu, baixinho, e abriu a porta de vez.

— Entra. Prometo não te morder.

Revirei os olhos, mas entrei.

O quarto dele era praticamente igual ao meu, mas com uma energia diferente. Havia um livro aberto sobre a cama, uma garrafa de água pela metade na mesinha e a mala dele ainda fechada, jogada num canto. Matheus fechou a porta atrás de mim e, por um segundo, ficamos em silêncio.

Ele encostou as costas na parede, cruzando os br
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