O silêncio caiu novamente sobre o jardim, não mais suave e contemplativo, mas denso, carregado de uma tensão quase palpável. As flores, antes vibrantes e perfumadas, pareciam murchar sob o peso invisível da inquietação. O canto do rouxinol cessou abruptamente, como se até ele temesse perturbar o momento. Até mesmo o vento, que costumava brincar entre as folhas, agora se movia com hesitação, como se o próprio ar estivesse preso em um suspense sufocante.

O cenário, antes moldado por lembranças doces e tardes tranquilas, agora se tornava palco de uma revelação capaz de ressignificar o passado e romper as amarras do presente. As sombras das árvores se alongavam, projetando formas distorcidas sobre o chão coberto por grama, como se a natureza estivesse tentando alertar sobre algo

— É sobre a Lorena... — disse Vitor, com a voz trêmula, quase engolida pelo silêncio. Seus olhos, antes firmes, agora buscavam refúgio no chão, evitando encarar diretamente a verdade que prestes estava a ser desc