Tayanara respirou fundo, ainda segurando o celular, enquanto ouvia a respiração pesada de Rangel do outro lado da linha.
— Ele tem os seus olhos. — disse baixinho, com sua voz carregada de emoção.
Rangel permaneceu em silêncio por um instante, absorvendo aquelas palavras.
— Sério? Não tá me iludindo não né? — murmurou, quase com medo de acreditar.
— Sim… — ela sorriu, mesmo em meio à dor.
— Sempre que ele me olha, eu vejo você. Fui apenas uma copiadora, fiz um xerox.
Rangel soltou um suspiro pesado, pensativo.
— Eu queria ter estado com vocês, desde o começo, Tay. — sua voz soava culpada.
— Mas eu nunca soube.
Tayanara fechou os olhos por um momento, sentindo a culpa pesar.
— Eu te afastei… Eu fiz isso porque estava machucada. Tive medo, de tudo.
Rangel a interrompeu dessa vez.
— E agora? Ele tá bem? — perguntou, genuinamente preocupado.
— Ele é um bebê forte. — disse ela com um carinho evidente.
— Mas meu leite secou… e tô dando fórmula pra ele agora, ainda está se adaptando.
Rangel