Davi Montez
As palavras de Helena me atravessaram como uma lâmina.
— O quê? — perguntei, incrédulo, ainda sentindo o sangue escorrer pelo braço do tiro de raspão. — Helena, repete.
A voz dela quebrou do outro lado da linha:
— O Ruan… ele foi levado, Davi! Nossa mãe… ela entrou na casa e o levou. Deixou um bilhete dizendo que ia usá-lo pra se reerguer, que ele seria a chave dela pra riqueza. A polícia está aqui, mas, meu Deus, eu não sei o que fazer…
Fechei os olhos por um segundo, engolindo a dor física e a dor na alma. Tudo de uma vez. O barulho dos paramédicos tentando me atender parecia distante, abafado pela única coisa que importava: Ruan estava em perigo.
— Helena, me escuta. — Falei firme, tentando controlar a própria respiração. — Eu já estou indo. Fica ao lado da sua irmã, não a deixa desmoronar. Eu vou usar tudo que temos, contatos, recursos, tudo. Eu prometo, nós vamos trazer o Ruan de volta.
Do outro lado, ouvi o choro dela, abafado, mas tentei transmitir segurança.
Deslig