Assim que a porta se fechou atrás de Sophie, James encostou-se na parede, apertando os olhos, buscando no próprio corpo algum resquício de autocontrole. Passou as mãos pelos cabelos, respirando fundo, pesado, como se precisasse arrancar de dentro de si o desejo, a confusão e aquela mistura sufocante de tudo o que ela fazia despertar nele.
“Graças a Deus ela foi embora...” — pensou, levando as mãos à cintura, abaixando a cabeça. — “Se ela tivesse ficado... se tivesse ficado mais cinco minutos... eu não teria conseguido. Eu teria beijado ela. E Deus sabe até onde isso teria nos levado.”
Ele precisava ser racional. Precisava. Mas o coração — ou fosse lá o que fosse isso que pulsava quando ela estava por perto — parecia determinado a desafiar qualquer traço de lógica, qualquer linha de contenção.
Sem saída, abriu a gaveta do criado-mudo, pegou o frasco de comprimidos e engoliu um, seco, sem nem pensar. Deitou-se na cama, encarando o teto, e deixou que os pensamentos, que agora ma