Narrado por Maya

O sol se punha devagar, tingindo o céu com tons quentes de laranja e dourado, quando o avião finalmente pousou no aeroporto de Recife. Eu respirei fundo, tentando conter a ansiedade que apertava meu peito como uma criança que não quer soltar seu brinquedo favorito. Era um aperto quente, desconfortável, mas familiar. Desde que embarquei nesse voo, minha cabeça virou um campo de guerra — alegria, nervosismo, medo... tudo misturado. Estava feliz por rever meus padrinhos, por abraçar Clarice, mas tinha uma sombra pairando sobre mim. Um nome. Um rosto. Uma lembrança que nunca foi boa.

Enzo.

Fechei os olhos por um segundo antes de me levantar do assento. Eu sabia que ele estaria lá. Sempre estava. E sempre fazia questão de me lembrar que eu era, para ele, um estorvo.

Minha mala rolava atrás de mim, as rodas estalando pelo chão do aeroporto, me trazendo de volta para a realidade. Meus olhos procuravam no meio da multidão, até que vi o sorriso largo e amoroso da minha madrin