Theodoro Lancaster
Uma semana.
Sete dias desde que Leydi Dayane colocou os pés aqui. E, contra todas as minhas mais sólidas previsões — ou talvez birras internas —, ela estava fazendo um trabalho impecável.
De onde eu estava, recostado na minha cadeira de couro preto, com as mãos entrelaçadas atrás da cabeça e o olhar fixo na parede de vidro que me separava do restante do andar executivo, eu observava. Sim, observava. E mais do que deveria, diga-se de passagem.
Minha sala ficava estrategicamente posicionada. De um lado, a enorme estante de madeira escura repleta de livros de finanças, contratos e algumas lembranças de viagens de negócios. Do outro, as amplas janelas que iam do chão ao teto, exibindo uma São Paulo cinza, com nuvens pesadas e o vai e vem frenético de carros espremidos na avenida Paulista. O som abafado da cidade subia até aqui, misturado ao leve zumbido do ar-condicionado central.
E ali, à frente da minha mesa — espaçosa, de madeira robusta, um verdadeiro altar corporat