Marcos empurrou a porta do quarto com cuidado. O quarto estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave do entardecer que entrava pela janela. Sobre a cama, Abigail dormia. Sua respiração era tranquila, o semblante sereno, e por um instante Marcos sentiu uma paz que há muito não experimentava.
Mas o alívio foi breve. Um frio percorreu sua espinha. Já era a segunda vez que quase perdia sua filha. O coração bateu acelerado, e ele precisou de alguns segundos para se sentar ao lado dela, segurando a própria mão para não tremer.
— Eu não vou a lugar nenhum — murmurou, a voz baixa, quase um sussurro, como se apenas ela pudesse ouvir. — Fico aqui, pelo tempo que você precisar.
Alguns minutos se passaram, e Luiza entrou silenciosa, parando na porta por um instante antes de se aproximar. Marcos permaneceu em silêncio. Ele não culpava Luiza por nada — sabia que ela também carregava preocupações, culpa e medo — mas a ideia de que quase perdera a filha por causa de Sérgio, o irmão dela, e agor