As sirenes da ambulância romperam o silêncio pesado que pairava sobre o cenário do acidente. O som era agudo, quase cortante. Os flashes vermelhos e azuis piscavam incessantemente, refletindo nas árvores retorcidas que cercavam a estrada, criando sombras que se moviam como se fossem fantasmas. O ar estava impregnado com o cheiro ácido de óleo queimado, gasolina e fumaça, misturado a um leve odor de ferro quente.
O som metálico dos paramédicos retirando equipamentos da viatura ecoava pelo asfalto molhado, mesclando-se aos gritos de coordenação: instruções rápidas, palavras técnicas, urgentes. Havia pressa em cada passo, em cada gesto.
Sérgio e Marcos se aproximaram até o limite da faixa improvisada de isolamento. O rosto de Sérgio estava rígido, os músculos travados, enquanto os olhos se fixavam no amontoado de ferragens. O carro parecia irreconhecível. O vidro estilhaçado refletia a luz da sirene como milhares de pequenas lâminas espalhadas pelo chão. O capô estava amassado como pape