Dentro do carro, Abigail apertava as mãos no colo, tentando manter o controle. O ar parecia mais denso a cada respiração. O cheiro do couro misturado ao perfume amadeirado de Alex a enjoava. A voz dele continuava ecoando pela cabine, insistente, como se tentasse apagar o terror de tudo que ela havia vivido.
— Eu sabia que você sentiria minha falta. — A voz dele escorria venenosa. — Difícil me apagar da memória, não é?
— Você me sequestrou — ela sussurrou, a garganta seca. — Isso é crime.
Alex deu uma risada seca.
— Não seja dramática, Abigail. Eu sou seu pai. Estou apenas te levando de volta pra casa. Pra nossa família. Regina está te esperando.
Abigail fechou os olhos com força. O nome da mãe ainda tinha o poder de enfraquecê-la. Mas ela não era mais a menina que chorava escondida, que engolia as palavras com medo. Respirou fundo, forçando a voz a sair firme.
— Você nunca foi meu pai. E Regina nunca foi uma mãe.
Ele bufou.
— Sua memória está distorcida. Tudo o que fizemos foi por amo