O quarto estava silencioso, iluminado pela luz pálida da manhã que entrava pela janela. Abigail abriu os olhos com dificuldade, o corpo pesado e dolorido, e piscou algumas vezes, tentando se situar.
A primeira lembrança que veio foi a mensagem no celular: aquelas palavras frias e ameaçadoras da mãe, dizendo que ela não tinha direito de recomeçar. Um arrepio percorreu sua espinha, e a sensação de pânico voltou com força, como se o tempo tivesse voltado para aquele momento de terror.
— Sérgio… — murmurou, a voz falhando, os olhos arregalados. — O… bebê…
Sérgio, sentado ao lado da cama, inclinou-se rapidamente para ela, pegando sua mão e segurando firme.
— Shhh… calma, Abigail. Eu estou aqui. Ele está bem. Você está segura.
Ela piscou algumas vezes, respirando de forma entrecortada, o coração disparado. O medo da mensagem, a lembrança do aborto passado e o pânico da noite anterior se misturavam com a dor e a confusão pós-parto.
— Eu… pensei que… — gaguejou, tentando falar, mas a voz sumi