O mundo parecia se estreitar ao redor de Abigail. O som do motor, o cheiro do estofado, até a luz que entrava pelas frestas do vidro — tudo se tornava sufocante. Cada sombra projetada pelos prédios ao redor parecia encostar nela, como se o mundo inteiro estivesse conspirando para isolá-la. O coração disparado batia forte contra o peito, fazendo cada respiração parecer insuficiente.
— Me solta, Alex... — murmurou, tentando manter a voz firme, mas sentindo o medo roubar o ar dos pulmões. Cada sílaba saía trêmula, denunciando a tensão que crescia dentro dela.
Ele não respondeu de imediato. Apenas continuou dirigindo, com um sorriso que não alcançava os olhos.
— Ah, Abi... sempre tão assustada — disse, quase como se fosse uma brincadeira, mas o tom carregava uma ameaça silenciosa.
Abigail tentou desviar o olhar, procurando uma brecha, qualquer espaço que pudesse indicar uma saída. O carro parecia ser ao mesmo tempo uma armadilha e um túmulo móvel, e a sensação de impotência crescia a cada