A porta do quarto se abriu devagar, e o médico responsável saiu, fechando-a com cuidado atrás de si. No corredor, Sérgio, Marcos e Luíza se levantaram quase ao mesmo tempo, os olhos fixos nele como se cada palavra fosse decidir o rumo de suas vidas.
— Doutor? — Marcos deu um passo à frente, ansioso. — Como ela está? Posso falar com a minha filha?
O médico manteve a calma profissional, mas o tom era compreensivo.
— Abigail está estável. O despertar foi espontâneo, o que é um excelente sinal. Os parâmetros vitais estão normais. Mas... — ele fez uma breve pausa, escolhendo as palavras com cuidado — ela está bastante confusa.
Luíza franziu o cenho, a respiração presa.
— Confusa como?
— Ela ainda não tem certeza da sua última lembrança. — O médico explicou, abrindo a prancheta em mãos. — Quando perguntamos sobre datas, eventos recentes, ela hesitou. Não se lembra do acidente e não consegue situar exatamente o presente.
Sérgio fechou os olhos, o coração pesando. Marcos, por sua vez, se adia