O bip do monitor cardíaco seguia firme, preenchendo o quarto com seu compasso constante. Era um som comum ali, repetitivo, quase monótono. Mas, para Sérgio, naquele instante, parecia o som mais precioso do mundo. Ele se agarrava a cada batida como se fosse a prova viva de que Abigail estava, finalmente, voltando para ele.
O mundo inteiro pareceu congelar quando os olhos dela se abriram. Não houve movimento, não houve ar nos pulmões dele por alguns segundos. As pálpebras dela tremiam, os cílios se mexiam como se lutassem contra o peso do sono profundo. Os olhos, semicerrados, tentavam se acostumar à claridade que inundava o quarto. A respiração vinha irregular, curta, como se cada inspiração fosse uma batalha vencida.
— Abigail... — o nome saiu da garganta de Sérgio como um lamento, um grito e uma prece ao mesmo tempo. Sua voz estava embargada, e as lágrimas escorreram sem que tivesse qualquer controle sobre elas. — Você voltou... meu Deus, você voltou...
Ele não ousou se mover no iníc