O corredor estava impregnado de silêncio. Sérgio caminhava de um lado para o outro, incapaz de permanecer sentado. O relógio na parede marcava os minutos como marteladas, cada segundo um lembrete da distância entre ele e Abigail. Marcos tentava conter a ansiedade lendo o mesmo parágrafo de um jornal que já não fazia sentido, enquanto Luíza permanecia quieta, os olhos fixos na porta fechada.
Quando finalmente o médico reapareceu, trazendo a notícia de que Abigail já estava descansada e poderiam entrar novamente, os três se aproximaram da porta quase ao mesmo tempo.
Marcos entrou primeiro, os olhos imediatamente buscando a filha adormecida. Mas, para sua surpresa, ela já estava desperta, o olhar voltado para o teto. Um sorriso frágil surgiu quando notou a presença deles.
— Vocês... voltaram.
Havia uma diferença na forma como ela disse aquilo. Antes, havia apenas estranhamento; agora, havia uma suavidade no tom. Como se uma fresta tivesse sido aberta em sua mente.
Marcos se aproximou, em