Enfim, estávamos frente a frente. Ainda assim eu sabia que havia uma distância gigantesca que nos separava. Mais precisamente a de dois carros.
Virei-me novamente em direção ao jardim e suspirei, tentando parecer tranquila:
— Estou muito bem, obrigada. E não, eu não estava com saudade. Na verdade, eu gostaria que você morresse. Isto me deixaria muito feliz.
— Sinto muito desapontá-la, Derringer — pôs-se ao meu lado, os olhos azuis focando em algum ponto do jardim —, mas eu realmente não tenho vocação para morrer.
— Por que você é assim?
— Vivo?
— Um ser horrível!
— Um Aston Martin DB11 e um Bugatti Centodiece destruídos, Derringer. E você diz que “eu” sou um ser horrível?
— Sim, você é horrível. A minha mãe está