O manto de dama da corte sobre a cama parecia irradiar uma autoridade silenciosa. Eliara se aproximou devagar, os dedos tocando o tecido pesado e macio. Cada costura parecia carregada de intenção, cada detalhe um lembrete de que o jogo de poder havia mudado. Ela sabia exatamente quem o deixara ali. Valkar. E não era apenas um presente: era um convite, uma provocação velada, um teste silencioso.
Ela se vestiu com cuidado, cada gesto medido, como se vestisse não só roupas, mas uma armadura. A sensação era estranha. A sensação era boa. A cada ajuste do manto, sentia o peso da autoridade sobre si, mas também a leveza de não depender mais do reconhecimento alheio. Era dela agora, e apenas dela.
Ao cruzar os corredores, os olhares da corte mudaram de curiosidade e desdém para respeito cauteloso. Servas que antes cochichavam sobre sua fragilidade agora baixavam a cabeça, quase temendo cruzar seu caminho. Guardas que antes a empurravam para os cantos agora abriam portas com um ligeiro aceno d