A lua cheia tingia de prata as janelas da torre mais alta.
Eliara estava sozinha, sentada no peitoril, observando o céu pesado de nuvens. O silêncio era espesso, como se o próprio castelo contivesse a respiração.
Ela ouvira os passos. O cheiro antes mesmo.
> “Não. Não hoje.”
Mas já era tarde. A porta se abriu com força.
E Valkar entrou, os olhos negros cravados nela.
— Saia. — ela disse, sem se virar. — Não estou de serviço esta noite.
— Não vim atrás da serva.
Ela se levantou, o corpo tenso.
— Então por que veio?
Ele fechou a porta. Encostou as costas nela. Como se precisasse daquela madeira para se manter de pé.
— Eu tentei. — murmurou. — Juro pelos deuses. Tentei esquecê-la.
Ela deu um passo para trás.
— Não quero ouvir.
— Vai ouvir.
— Por quê?
— Porque já estou sangrando por dentro. E o silêncio me destrói mais do que sua raiva.
Ela mordeu o lábio, a respiração começando a se desregular.
— Eu te odeio. — sussurrou.
— E eu te amo. — ele responde