Eliara acordou envolta no calor dos lençóis do rei. Por um instante, acreditou que a luz dourada entrando pelas janelas era prenúncio de uma nova era. O corpo ainda doía levemente das marcas deixadas por Valkar — beijos fundos, mordidas cruas, mãos possessivas. Mas seu peito… seu peito estava leve.
Ela se virou, buscando por ele na cama. Estava vazia.
A lareira ainda crepitava, o perfume da noite passada impregnado nos travesseiros.
Mas Valkar não estava ali.
Nem voltou naquela manhã. Nem ao meio-dia. Nem à noite.
Eliara tentou se convencer de que era apenas o dever chamando o rei. Mas a ausência dele era pesada demais. Inquieta, saiu discretamente dos aposentos e vagou pelos corredores, esperando vê-lo, ou ao menos ouvir seu nome.
Nada.
Na noite seguinte, ela voltou ao quarto dele. O mesmo onde tinham se perdido um no outro.
Ele entrou tarde, cheirando a sangue e couro. Nem a olhou. Passou por ela como se fosse mais um móvel, tirou a armadura com a ajuda de um servo, e se jogou na po