A cerimônia havia terminado, mas o peso dela ainda se agarrava ao ar como um véu pesado, impossível de ser retirado.
O salão de mármore branco, antes solene e frio, agora estava tingido por um dourado quente, fruto do reflexo bruxuleante das tochas presas em suportes ornamentados. As chamas dançavam, lançando sombras inquietas que se alongavam como espectros pelos cantos. Cortinas de veludo vermelho, imponentes e pesadas, esvoaçavam ao toque do vento noturno que atravessava as altas janelas abertas, trazendo consigo o perfume das flores do jardim real — um aroma doce que contrastava com a tensão que pairava sobre todos.
Os convidados, figuras vestidas com tecidos raros e joias que capturavam a luz, moviam-se pelo espaço com passos calculados. Taças finas, tão frágeis que pareciam ameaçar se quebrar ao menor descuido, eram erguidas com gestos elegantes. O vinho escorria como sangue líquido, tingindo de rubro o cristal. Risos contidos e conversas em tom baixo ecoavam, compondo uma mú