Finais felizes para durar.
NARRADO POR GIOVANI FERRETI
A noite era sempre o único silêncio que eu conhecia.
Durante o dia, era o barulho do império: reuniões, decisões, acordos que precisavam ser costurados com o sangue que ainda escorria dos últimos conflitos.
Eu comandava homens, territórios, navios e fortunas.
Mas o que pesava não era a responsabilidade.
Era o cansaço de ter sobrevivido a tudo.
Irina estava enterrada.
Pablo também.
Scarllet partiu.
E o passado — aquele maldito passado — começava, enfim, a desbotar.
Agora, era o meu nome nas paredes.
Era a minha sombra que atravessava os corredores.
Zelensky. Ferreti. Bellini.
Tantas linhagens, tantos fantasmas.
Mas o império era meu.
E estava erguido com as minhas mãos.
As noites, porém, me pertenciam de outro jeito.
Era nelas que eu voltava a ser apenas um homem.
Não o herdeiro renegado. Não o chefe. Não o luto.
Um homem deitado, com a respiração misturada à de uma mulher que me queimava desde o primeiro olhar.
Antonella.
A única que me olhava sem medo.
Est