O tempo correu devagar, não conseguia prestar atenção em quase nada, a única coisa que eu consegui fazer algumas vezes foi olhar praquela garota sem que ela me percebesse.
As últimas aulas foram uma tortura. Não pelos professores ou pelo tédio óbvio do currículo, mas porque eu simplesmente não queria estar ali. Sentada naquela cadeira dura, ouvindo vozes que soavam todas iguais, enquanto o sol batia forte lá fora no jardim impecável. Tudo tão certinho, tão podado, tão sem vida de verdade.A mente viajando. Pensando em Los Angeles, em Amsterdã, em qualquer lugar que não fosse aquele colégio de gente rica fingindo que tem problemas reais.Quando o sinal bateu, fechei o caderno com força. Era quase um alívio físico. Peguei a mochila e saí pelos corredores entupidos, ouvindo risadinhas, conversas vazias e o som irritante dos saltos de alguém apressada demais pra viver.Na porta da escola, Stacia ainda se encarregava de ajeitar o batom, a blusa, o ego.