—Por que tem o celular dele?
Eu fungo.
—Ele ficou de arrumar o remédio mais em conta.
Ele ofega.
—Médico caridoso agora?
—Estamos separados. E você não tem mais direito nenhum sob a minha vida.
Ele esmurra a mesa fazendo minha xícara de café tremer.
—Como não? Embora se esqueça disso, ainda somos casados!
—Por que está me perguntando tudo isso? Sei que em breve receberá o dossiê dos dois anos que estive ausente.
—Verdade. Mas nunca apreciei produtos de segunda mão.
Eu pisco com as falas dele. Num ímpeto retiro o celular das mãos dele e me levanto, mas quando eu estou para me afastar dali ele se levanta também e se coloca na minha frente impedindo minha fuga.
— Não! Não vai embora assim! — grunhi.
Ofegante eu o encaro sem medo, meus olhos afiados sobre os cinzas frios dele.
— Hassan, você já teve o que quis, deixe-me voltar para a Inglaterra. —Imploro. — O que você tem de mim, conseguirá com uma prostituta!
Os olhos frios se tornam gélidos nos meus, então ele os passa pelo meu corpo de