O cheiro de sangue fresco cortou o ar da manhã como uma lâmina. Era uma coisa antiga, primitiva. Impossível de ignorar.
Darius ergueu a cabeça na mesma hora, o instinto de Alfa despertando como uma fera acorrentada.
— Aurora. — rosnou, já mudando de forma no meio do salto.
Aurora não hesitou. Em segundos, a loba prateada que existia dentro dela emergiu — selvagem, deslumbrante, mortal.
Ambos correram em direção à fonte do cheiro, o coração batendo como um tambor de guerra. Algo estava errado. Muito errado.
Dentro do celeiro, duas figuras encapuzadas encurralavam Caelum.
O menino, pequeno e corajoso, tremia com o corpo colado à parede. Seus olhos dourados — tão brilhantes quanto o sol nascente — estavam arregalados, cheios de medo... e algo mais. Determinação.
O primeiro traidor avançou, segurando uma adaga de prata enegrecida. Aurora sentiu a bile subir à garganta. Aquela arma era feita para matar lobos como eles. Sem misericórdia. Sem chance de cura.
— Agora, moleque! — rugiu o lobo