Aurora dormia profundamente, os cabelos espalhados no travesseiro como uma auréola selvagem, o corpo ainda aquecido pelo toque de Darius. Mas a paz durou pouco. A escuridão a envolveu como um véu e, sem aviso, ela foi tragada por um redemoinho de imagens.
Estava em uma floresta desconhecida. O céu acima era púrpura, tingido de sangue. A Lua, gigantesca, tremia no alto como se estivesse à beira de desabar. Corvos voavam em círculos, grasnando mensagens que ela não compreendia.
— Aurora… — uma voz sussurrou. Não era masculina. Nem feminina. Era como se a própria terra falasse com ela.
Ela virou-se e viu... ela mesma. Ou melhor, uma versão distorcida de si, com os olhos completamente negros e a pele marcada por símbolos antigos. A outra Aurora sorriu, e seus dentes eram afiados como presas.
— Você está marcada. Escolhida... ou amaldiçoada. Ainda não decidiram.
Aurora deu um passo para trás, mas as árvores ao redor começaram a se fechar, galhos retorcidos como mãos tentando agarrá-la.
— O