Aurora sentia os olhares sobre ela como punhais invisíveis. Os guerreiros ao redor se calaram, mas o julgamento estava estampado em cada rosto. Ela engoliu em seco, o sonho ainda reverberando em sua mente como um presságio. Mas agora, o que doía mais era ver Darius parado ali, sem dizer uma palavra.
Elias rompeu o silêncio, sem tirar os olhos dela:
— Ela ouviu tudo.
Darius não se moveu. Não piscou. Só respirava fundo, como se tentasse conter algo prestes a explodir.
— Então diga, Darius — Elias insistiu, virando-se de volta para o alfa — Quem você escolhe? Sua alcateia... ou ela?
A pergunta caiu como uma pedra no centro de um lago congelado. Aurora sentiu o impacto no peito.
Darius, enfim, se virou. Seus olhos dourados estavam tomados por um brilho indecifrável — era dor, era raiva, era amor e medo misturados numa única expressão.
— Vocês são meu sangue. Minha família. Lutei por cada um aqui. Sangrei, matei, perdi irmãos... — ele disse, a voz firme, mas baixa. — Mas ela é minha alma.