Assinar aquele contrato foi fácil.

Difícil mesmo era encarar o olhar de todo mundo no dia seguinte.

A sede da Rabbit parecia um aquário, e eu era o peixe novo — o mais comentado, o mais observado.

Cada passo meu pelo corredor vinha acompanhado de cochichos, sorrisos de canto e olhares disfarçados.

“É ela.”

“A modelo.”

“Aquela que o Dante contratou pessoalmente.”

De repente, o que antes era só mais uma campanha virou manchete interna:

“Ágatha Heil assume interinamente a direção criativa da Rabbit, sob supervisão direta de Dante Emberlain.”

Supervisão direta.

Palavras inocentes, mas que soavam como gasolina num fogo aceso.

No meio da manhã, o conselho da empresa me esperava numa reunião formal.

Cinco pessoas — quatro homens engravatados e uma mulher com expressão que misturava tédio e desdém.

Todos me olhavam como se eu tivesse caído de paraquedas num universo que não era o meu.

— Senhorita Heil — começou o mais velho deles, ajeitando os óculos. — Com todo respeito, não entendemos muito