O quarto estava mergulhado em um silêncio sufocante, apenas quebrado pela minha respiração ofegante. O corpo ainda pulsava da forma como Dante tinha me tomado — selvagem, impiedoso, sem me dar tempo para pensar, apenas sentir.
Eu ainda estava com as costas coladas na porta, o vestido rasgado pendendo em farrapos. Ele, por sua vez, ajeitava a camisa aberta, como se nada tivesse acontecido. — Então é isso? — disparei, minha voz rouca de exaustão e raiva. — Me rasga, me deixa à beira da loucura, e depois… silêncio? Ele ergueu os olhos lentamente, sem pressa, como se pesasse cada palavra que não dizia. Essa calma dele me matava. — Eu não te devo explicações, Ágatha. — A voz dele veio grave, baixa, quase um desafio. Soltei uma risada sarcástica, amargando na boca: — Claro, o senhor intocável. O mesmo que dizia que não queria nada comigo… e agora se esconde atrás d