A ventania cortava nossa pele como lâminas enquanto montávamos acampamento na base da Montanha Cinzenta. O ar era rarefeito, e cada respiração parecia um esforço. Stella puxou o casaco de pele mais próximo ao corpo, seus lábios levemente azulados pelo frio.
— Nunca imaginei que sentiria falta da floresta quente — ela murmurou, tentando forçar um sorriso enquanto acendíamos a fogueira.
Kyra, sempre prática, lançou-lhe um olhar sem humor. — Isso ainda não é o pior. Espere até estarmos mais alto.
Apesar das palavras ríspidas, havia uma preocupação genuína no tom de Kyra. A jornada estava começando a afetar todos nós, mesmo que nenhum quisesse admitir.
— Aqui está bom para descansar por enquanto — anunciei, estendendo uma das mantas próximas à fogueira. — Amanhã começamos cedo. Precisamos alcançar a entrada da fortaleza antes do anoitecer.
Stella assentiu, mas havia algo em seu olhar que me preocupava. Durante o dia, ela havia se mantido distante, perdida em pensamentos. Algo es