Leonardo*
Quando beijei Alana na cozinha, algo dentro de mim se virou do avesso.
Lembro do olhar dela, medo misturado com curiosidade, e dos lábios tremendo quando me aproximei.
Eu devia ter parado. Devia.
Mas quando senti o gosto dela, foi como se tudo dentro de mim perdesse o rumo.
E desde então, nada voltou pro lugar.
Tentei me convencer de que era só atração. Uma distração passageira.
Mas então ela fugiu de mim. Literalmente.
E foi ali que percebi o quanto essa garota me desequilibra.
Fui atrás dela. Precisava dar a ela a chance de dizer “não” olhando nos meus olhos.
Não disse.
E eu tive certeza de que queria aquilo tanto quanto eu.
Ela acha que sou o tipo de homem que se aproveita das funcionárias, como as outras babás que foram demitidas.
Mas a verdade é o oposto.
Elas é que ultrapassaram o limite, não eu.
Alana nunca fez isso. Sempre se manteve profissional, reservada, respeitosa.
Talvez por isso eu tenha começado a reparar tanto nela, na calma, no c