O trajeto foi tranquilo. O carro deslizou pelas ruas movimentadas da cidade, enquanto eu tentava, em vão, esvaziar a cabeça. Pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo, mas sabia que, na mansão, me aguardava algo que, por mais complicado que fosse, trazia um pouco de vida ao meu dia.Cheguei em casa e, antes mesmo de tirar o paletó, ouvi a voz da Lívia, um alívio no meio do turbilhão do dia.— Papai!Vi ela se levantar num pulo, com aquele sorriso que só ela sabe dar. A única coisa que me faz esquecer, mesmo que por pouco tempo, o que perdi.Me abaixei para abraçá-la com toda a ternura que ainda consigo sentir.Ver minha filha é o meu momento de paz. Ela tem sido o meu tudo, se não fosse por ela, não sei no que eu teria me transformado depois que perdi a Bárbara.— Verônica! — cumprimentei a irmã da minha esposa com um beijo no rosto, tentando esconder a frustração que sinto cada vez que ela aparece. — Como foi a viajem?Essa visita é um lembrete do que foi e do que não volta.— Incríve
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