O sol da tarde batia nas árvores do parque, e o barulho das crianças misturado ao som dos brinquedos fazia o ar parecer leve, coisa rara pra mim ultimamente. Lívia pulava à frente, radiante, com o algodão-doce quase maior que ela. Leonardo vinha logo atrás, com a jaqueta jogada no braço e um olhar que parecia... tranquilo.
Fazia tempo que eu não via aquele olhar.
— Devagar, Lívia — ele avisou, mas a menina fingiu que não ouviu, correndo até o carrossel.
— Lívia, meu bem, escute seu pai — chamei, e ela me olhou rápido antes de voltar a andar.
Parece que meu patrão terá um dia cheio. O olhei de relance. O senhor Leonardo relaxado era um evento raro, quase mítico.
Lívia insistiu pra irmos todos no carrossel, mas conseguimos convencê-la a ir sozinha. Leonardo ficou de pé, observando com as mãos nos bolsos, o olhar fixo na filha. Ele até sorriu quando ela gritou que o cavalo dela era “o mais rápido do mundo”. Ri junto, e por um instante, tudo pareceu simples.
Quando o brinquedo parou, ele