Eu tentava não mancar, mas cada passo denunciava o joelho ralado. Assim que entramos na casa, Leonardo foi direto para o armário de primeiros socorros, e eu quis rir da pressa dele.
— Eu mesma posso cuidar disso — tentei dizer, meio sem graça, sentando no sofá.
— Fica quieta, Alana — ele respondeu, abrindo a maleta com uma concentração absurda. — Você machucou por causa da Lívia, então o mínimo que eu posso fazer é cuidar disso.
— Não foi culpa dela, eu que não olhei pro chão.
— Ta ta, fica quieta.
Eu o observei um instante. Ele parecia tenso, as mãos firmes, o maxilar travado. Como se tivesse levado um susto de verdade.
— Foi só um arranhão, senhor Leonardo. Nada demais.
— Arranhão? — ele ergueu o olhar e franziu o cenho. —Saiu sangue aqui, Alana. Isso não é “nada demais”.
Fiquei quieta. Ele molhou um algodão com antisséptico e se ajoelhou na minha frente. Quando o algodão encostou na pele, ardeu tanto que eu mordi o lábio para não reclamar.
— Desculpa. — Ele disse baixo, a voz quase