Foram dias suspensos no tempo. Como se o mundo lá fora, com suas ameaças, seus jogos de poder e perigos invisíveis, não existisse mais.
Aurora acordava e já sentia a presença dele, antes mesmo de abrir os olhos. O cheiro de Enrico impregnava os lençóis, a pele dela, o travesseiro. Ele acordava cedo, mas sempre voltava para espiar se ela ainda dormia, para deslizar os dedos devagar por sua cintura, como quem toca algo precioso demais para se desfazer do contato tão rápido.
Ela fingia dormir só para sentir. Para ouvir o som abafado do sorriso dele ao perceber que ela se aninhava um pouco mais em sua direção.
O homem que todos temiam... era tão silenciosamente doce naqueles gestos que Aurora se via, vez ou outra, de cora&c