Fiquei alguns segundos sozinha, apoiada sobre o mármore do lavabo, olhando-me no espelho. Nem todo o glamour da noite conseguia disfarçar a tristeza estampada no meu rosto. Chorei em silêncio. Só percebi que não estava mais sozinha quando mãos pequenas repousaram no meu braço.
— O que foi, minha querida? O que aconteceu pra te deixar assim?
— Oi, senhora Rosalie... não foi nada. É só que esse mundo não é meu.
Ela riu com doçura.
— Somos como qualquer um, meu bem. Erramos, acertamos. A diferença é que temos dinheiro.
— Mas essas diferenças me pesam. Não pertenço a isso aqui. Preciso ir embora. Queria agradecer por tudo... e pedir desculpas.
— Está triste porque Hunter ainda não se lembra do casamento de vocês? — perguntou, mas não respondi. — Se acalma. Vai curtir a festa. Me dá um abraço. Acho que é disso que você precisa agora.
Apesar do jeito um pouco esnobe, Rosalie tinha um bom coração.
— Obrigada, senhora.
Me recompus e saímos as duas do banheiro. Se eu ainda tinha alguma dúvida