Maitê Moreli
Minha madrinha fez bem em ficar com minha mãe. Assim, era uma pessoa a menos sendo vigiada... e uma chance a mais de escapar dos olhos atentos de Hunter.
Os olhos dele, embora me seguissem por todos os cantos, eram suaves. Transmitiam ternura, segurança, carinho. Mas também havia neles uma centelha de luxúria que queimava minha pele e acendia um fogo silencioso no ventre. Eu poderia viver uma vida inteira sob aquele olhar verdejante, se não houvesse outro olhar sobre mim, porém esse maligno.
A mansão estava tomada por uma atmosfera vibrante: música eletrônica suave misturava-se com jazz moderno, ecoando pelos salões de mármore e espelhos. Convidados dançavam sob luzes âmbar e douradas. A sofisticação da festa era quase cinematográfica. Mas entre as risadas, brindes e poses para os fotógrafos, eu sentia o olhar de Edward cravado em mim como o de um predador à espreita. Seus olhos eram duros, obsessivos e raivosos. Ele me observava como se fosse a caça que, em breve, não te