Narrado por Dante Ferraz
A gente ainda trocou mais uns exercícios.
Ou fingiu que trocava.
Porque na real, a academia inteira sumiu.
Só existia ela.
O corpo suado.
O cheiro provocando.
O sorriso maldoso me arrastando pro inferno sem volta.
Cada toque meu era uma guerra.
Cada risada baixa dela, uma sentença.
Quando ela terminou a última série, jogou a toalha no ombro e me olhou.
O olhar dela queimando na minha pele feito tatuagem.
— Aula encerrada, professor? — perguntou, a boca ainda entreaberta pela respiração acelerada.
Dei um passo pra perto.
Passei a mão pela cintura dela de novo, puxando de leve, sem tirar o sorriso da cara.
— Por hoje. — falei, a voz rouca.
Ela ergueu uma sobrancelha, debochada.
— Por hoje? Quer dizer que vão ter outras? — provocou, mordendo o lábio.
Meu sorriso veio lento, carregado de intenção.
— Vai depender da sua disciplina, doutora.
Ela soltou uma risada baixa, deliciosa, e saiu andando na frente, rebolando só pra me castigar.
Eu segui